domingo, 15 de setembro de 2013

Carta de William Lynch

Neste texto vemos um método de controle de escravos utilizado há quase 300 anos. Sua eficácia parece ter sido realmente comprovada. ATÉQUANDO?

Virginia, 1712.

Senhores:
Eu saúdo vcs, aqui presentes nas beiras do Rio James, no ano de 1712 do nosso Senhor.
Primeiro, devo agradecer a vcs, senhores da colônia da Virgínia, por me trazerem aqui.
Estou aqui para ajudá-los a resolver alguns dos seus problemas com escravos.
O convite de vcs chegou até a mim, lá na minha modesta plantação nas Índias do Oeste onde experimentei alguns mais novos, e outros ainda velhos, métodos de controle de escravos.
A Antiga Roma nos invejaria se o meu programa fosse implementado. Assim que o nosso navio passou ao sul do Rio James, nome do nosso ilustre Rei, eu vi o suficiente para saber que o problemas de vcs não é único.
Enquanto Roma usava cordas e madeira para crucificar grande número de corpos humanos pelas velhas estradas, vcs aqui usam as árvores e cordas. Eu vi um corpo de um escravo morto balançando em um galho de árvore a algumas milhas daqui.
Vcs não estão só perdendo estoques valiosos nesses enforcamentos, estão tendo tb levantes, escravos fugindo, suas colheitas são deixadas no campo tempo demais para um lucro máximo, vcs sofrem incêndios ocasionais, seus animais são mortos. Senhores! Vcs conhecem seus problemas; eu não estou aqui para enumerá-los, mas para ajudar a resolvê-los!
Tenho comigo um método de controle de escravos negros. Eu garanto que se vc implementar da maneira certa, controlará os escravos no mínimo durante 300 anos. Meu método é simples e todos os membros da família e empregados brancos podem usá-lo. Eu seleciono um número de diferenças existentes entre os escravos; eu pego essas diferenças e as faço ficarem maiores, exagero-as.
Então eu uso o medo, a desconfiança, a inveja, para controlá-los. Eu usei esse método na minha fazenda e funcionou; não somente lá mas em todo o Sul. Pegue uma pequena e simples lista de diferenças e pense sobre elas. Na primeira linha da minha lista está “Idade”, mas isso só pq começa com a letra “A”. A segunda linha, coloquei “Cor” ou “Nuances”. Há ainda, “inteligência”, “tamanho”, “sexo”, “tamanho da plantação”, “status da plantação”, “atitude do dono”, “se mora no vale ou no morro”, “Leste ou Oeste”, “norte ou sul”, se tem “cabelo liso ou crespo”, se é “alto ou baixo”.
Agora que vc tem uma lista de diferenças, eu darei umas instruções, mas antes, eu devo assegurar que a desconfiança é mais forte do que a confiança e que a inveja é mais forte do que a adulação, o respeito e a admiração.
O escravo negro, após receber esse endoutrinamento ou lavagem cerebral, perpetuará ele mesmo, e desenvolverá esses sentimentos, que influenciarão seu comportamento durante centenas, até milhares de anos, sem que precisemos voltar a intervir. A sua submissão à nós e à nossa civilização será não somente total, mas também profunda e durável.
Não se esqueçam q vcs devem colocar o velho negro contra o jovem negro. E o jovem negro contra o velho negro. Vcs devem jogar o negro de pele escura contra o de pele clara. E o de pele clara contra o de pele escura. O homem negro contra a mulher negra.
É necessário qe os escravos confiem e dependam de NÓS. Eles devem amar, respeitar e confiar somente em nós.
Senhores, essas dicas são as chaves para controlá-los, usem-nas. Façam com que as suas esposas,  filhos e empregados brancos também as utilizem. Nunca percam uma oportunidade.
Meu plano é garantido e a boa coisa nisso é que se utilizado intensamente durante um ano, os escravos por eles mesmos acentuarão ainda mais essas oposições e nunca mais terão confiança em si mesmos, o que garantirá uma dominação quase eterna sobre eles.
 
Obrigado, senhores.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

A História do Hino - Sou feliz com Jesus

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Lamentações de Jeremias 3:21-24

Quero trazer à memória o que me pode dar esperança. As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade. A minha porção é o SENHOR, diz a minha alma; portanto, esperarei nele. Lamentações de Jeremias 3:21-24

Pensamento: Jeremias se encontrava em um estado muito difícil. A angústia de sua alma era muito grande a ponto de dizer que era homem que viu a aflição, sua pele envelheceu e seus ossos foram despedaçados, e sua situação agora era como se estivesse sob a mira de um arco e flecha que estão atingindo-o diretamente em seu coração.

Em um determinado momento ele pára seu lamento e diz as palavras que você acaba de ler acima.

Trazer à memória o que pode nos dar esperança é extremamente importante para o cristão. O fato é que as circunstâncias podem não estar boas, porém o simples fato de olhar as as misericórdias do Senhor, que se renovam a cada manhã, deve nos trazer esperança e alegria ao coração.

Horatio Gates Spafford foi um presbiteriano convertido a Cristo através do evangelista Moody (foi um grande evangelista e avivalista do séc 19).

Horatio se tornou um advogado prospero na cidade de Chicago, mesmo depois de seu sucesso financeiro, continuou mantendo um relacionamento estreito com Moody e com um profundo interesse pelas campanhas de evangelização. Tinha apurado gosto pela musica e era devotado ao estudo das Escrituras.

Meses antes do grande incêndio que atingiu a cidade de Chicago, em 1871, Horatio tinha feito pesados investimentos financeiros em uma área que foi totalmente destruída pelo fogo. Não bastasse esse terrível abalo financeiro, Spasfford passou por uma dolorosa perda de um filho. Esta morte trouxe grande sofrimento para toda a família.

O piedoso advogado, procurando um tempo de refrigério e descanso, resolveu viajar com a esposa e as 4 filhas para a Europa, onde se encontraria com Moody e Sankey em uma cruzada evangelistica na Inglaterra, em 1873.

Em novembro daquele ano, devido a inesperados compromissos de negócios, Spafford precisou permanecer em Chicago; mas ele enviou sua esposa e as suas 4 filhas conforme já estava programado no navio S.S. Ville du Havre.

Sua expectativa era seguir viagem dias depois. No dia 22 de novembro de 1873, o navio sofreu um acidente e naufragou em 12 minutos. Dias depois, os sobreviventes finalmente chegaram em Cardiff, no Pais de Galles, e a senhora Spafford mandou um telegrama ao seu marido: “SALVA, PORÉM SÓ”. Ele perdeu as 4 filhas de uma vez só.

Com toda essa angústia Horatio escreveu uma linda música buscando trazer a memória o que podia dar esperança a ele. A alegria eterna que ninguém e nada pode roubar foi expressa por ele na música que escreveu em meio a tudo isto:
Se paz a mais doce me deres gozar
Se dor a mais forte sofrer
Oh! Seja o que for Tu me fazes saber
Que feliz com Jesus sempre sou

REFRÃO: Sou feliz com Jesus Sou feliz com Jesus, meu Senhor
Embora me assalte o cruel Satanás
E ataque com vis tentações;
Oh! certo eu estou, apesar de aflições,
Que feliz eu serei com Jesus!
A vinda eu anseio do meu Salvador
Em breve virá me levar
Ao céu onde vou para sempre morar
Com os remidos na luz do Senhor
 
 
Por Alexandre Gonçalves

A miserabilidade do homem miserável

Gosto de Romanos 7:14-25. Dos textos da bíblia sagrada é o que descreve com maior veracidade a vida de um homem de Deus. O Apóstolo Paulo vivia uma profunda agonia, um profundo conflito interior expressado neste texto. Um conflito que eu conheço muito bem e acho que todo mundo que de alguma maneira tenta servir a Deus também conhece. Pode ser que alguém se levante e diga: com certeza é um Paulo não convertido que está falando. Mas um Paulo não convertido não falaria “Graças a Deus por Jesus Cristo!”. Desejar fazer a vontade de Deus e embora tendo o Espírito Santo habitando dentro de você mesmo assim não conseguir parar de pecar é algo assustador. Parece paradoxal até. Gosto do texto que ouvi certa vez (não me lembro do nome do autor), mas que define o que eu quero dizer:

“A miserabilidade do homem miserável origina-se da descoberta da sua contínua pecaminosidade e do conhecimento de que Ele não pode esperar libertar-se do pecado que nele habita, seu desagradável hóspede, enquanto permanecer no corpo mortal”

Assustador, não acha? É bem diferente do que estou acostumado a ouvir. Você odeia o pecado, odeia pecar mas simplesmente não consegue libertar-se do pecado. Com essa consciência de fragilidade em mente fica mais fácil entender a Graças de Deus. Como diria Paulo: Graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor, porque embora que com meu entendimento eu sirvo a Lei de Deus e com a minha carne sirvo a Lei do pecado, Ele me ama do mesmo jeito, ele entende a minha fragilidade. Era difícil para eu entender como pode um Deus querer se relacionar comigo sendo eu tão falho. Hoje compreendo que o desejo de Deus de se relacionar com o ser humano é tão profundo que Ele resolveu resolver o problema enviando o seu filho para me favorecer com a graça. Não é a toa que o inferno inteiro odeia a raça humana. Vai entender porque de tanta benevolência? Miserável homem que sou, mas graças a Deus por Jesus Cristo!

“Pensava que quanto mais eu estudasse a bíblia mais eu caminharia por trilhas que me levariam ao encontro de um William espiritual, metafísico até, para não dizer místico, mas a cada dia que passa vejo que a bíblia tem me levado para o encontro de um William mais humano e muito longe de ser metafísico. Miserável homem que eu sou! Quem me livrará do corpo desta morte ?”

Romanos 7:14-25
14 Porque bem sabemos que a lei é espiritual; mas eu sou carnal, vendido sob o pecado. 15 Porque o que faço não o aprovo; pois o que quero isso não faço, mas o que aborreço isso faço. 16 E, se faço o que não quero, consinto com a lei, que é boa. 17 De maneira que agora já não sou eu que faço isto, mas o pecado que habita em mim. 18 Porque eu sei que em mim, isto é, na minha carne, não habita bem algum; e, com efeito, o querer está em mim, mas não consigo realizar o bem. 19 Porque não faço o bem que quero, mas o mal que não quero esse faço. 20 Ora, se eu faço o que não quero, já o não faço eu, mas o pecado que habita em mim. 21 Acho então esta lei em mim, que, quando quero fazer o bem, o mal está comigo. 22 Porque, segundo o homem interior, tenho prazer na lei de Deus; 23 Mas vejo nos meus membros outra lei, que batalha contra a lei do meu entendimento, e me prende debaixo da lei do pecado que está nos meus membros. 24 Miserável homem que eu sou! quem me livrará do corpo desta morte? 25 Dou graças a Deus por Jesus Cristo nosso Senhor. Assim que eu mesmo com o entendimento sirvo à lei de Deus, mas com a carne à lei do pecado. 
 
Créditos 

terça-feira, 20 de março de 2012

Charles Henry Mackintosh

Charles Henry MackintoshCharles Henry Mackintosh, cujos iniciais “C. H. M.” são bem conhecidos por muitos cristãos no mundo inteiro, nasceu em outubro de 1820 em Glenmalure Barracks no condado de Wicklow, Irlanda. O seu pai era capitão e servira no “Highlander's Regiment” na Irlanda. A sua mãe era a filha de Lady Weldon e procedia de uma antiga família natural da Irlanda. A idade de 18 anos, o jovem experimentou um despertamento  espiritual mediante  cartas  escritas por sua irmã após a conversão dela. Recebeu a paz por meio da leitura do escrito de John Nelson Darby, “As operações do Espírito Santo”.



Se tornou especialmente importante para ele o fato de que a base da paz com Deus não é a obra de Cristo em nós, mas para nós. Enquanto jovem cristão, aceitou emprego num negócio em Limerick. Lia muito na Palavra de Deus e se ocupou assiduamente com diversos estudos. No ano de 1844, abriu uma escola particular em Westport e, com grande zelo,se ocupou do trabalho educativo.
A sua postura espiritual foi caracterizada pelo desejo de dar  a Cristo o primeiro lugar em sua vida, sem limitação alguma, e desconsiderar a obra dEle como a coisa principal. Quando, porém, notou em 1853 que o trabalho na escola o ocupou de tal forma que temia ele se tornar em seu interesse principal, desistiu desse serviço. Na sequência, foi a Dublin onde entrou em contato com John Gifford Bellet e outros irmãos. Na época começou a anunciar a Palavra de Deus publicamente tanto a crentes como a incrédulos. Nessa época já começara a escrever os seus pensamentos sobre os cinco livros de Moisés — O Pentateuco. Nos próximos anos, subsequentemente, apareceram estudos sobre todos os cinco livros do Pentateuco. Esses livros, caracterizados por um espírito assaz evangelístico, passaram a ser publicados em altas tiragens nos próximos anos.
O seu amigo Andrew Miller escreveu compara esses volumes um prefácio, onde diz com toda a razão: “A total perversão do ser humano por meio do pecado e a perfeita salvação de Deus em Cristo são apresentadas pormenorizada, clara e precisamente”. Como interpretador Charles Henry Mackintosh possuía um estilo de fácil compreensão. Sabia expressar os seus pensamentos poderosamente. Algumas de suas interpretações talvez, à primeira vista, tenham aparecido estranhas a muitos salvos, porém foram de grande ajuda a muitos leitores até hoje, por causa de sua fidelidade à Palavra de Deus e confiança em Cristo.
Charles Henry Mackintosh  era  um  grande  homem  de  fé  sempre  pronto  para testemunhar  que  Deus  o  levava  muitas  vezes  em  provas,  porém  nunca  o deixou  passar  necessidade,  enquanto  estava  Lhe  servindo  no  serviço  do evangelho sem alguma renda de trabalho material.
É  difícil  valorizar  as  consequências  de  seus  escritos.  Cartas  de  todos  os lugares do mundo chegaram até ele, expressando gratidão e  reconhecimento de suas explicações sobre o Pentateuco. Dwight Lyman Moody e Charles Haddon Spurgeon confessaram  que deviam  muitas  coisas  aos  escritos  de  Charles Henry  Mackintosh. Moody escreveu: “Charles Henry Mackintosh tinha a maior influência sobre mim”.
Assim  como  “As  notas  sobre  o  Pentateuco”,  também  os  seis  volumes “Miscellaneous Writings” (“Escritos Mistos”), sempre têm sido reeditados. É um fato  interessante  na  vida  de  Charles Henry Mackintosh,  que  o  seu  primeiro  escrito portava o título “A Paz de Deus” e que poucos meses antes de seu falecimento enviou um manuscrito ao seu editor com o título “O Deus da Paz”.

Autor:  Verdade Viva    

Por Alexandre Gonçalves

Anthony Norris Groves

Anthony Norris Groves"Oh que uma porção dobrada do seu Espírito desça sobre todas nossas sonolentas e adormecidas igrejas por toda cristandade!". Este era o desejo fervoroso de Alexander Duff, um grande missionário presbiteriano que foi colega de Anthony Norris Groves durante seu serviço missionário na Índia.
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Nascido em 1795, e tendo estudado Medicina e Odontologia em Londres, Groves tornou-se o primeiro missionário enviado pelo recente movimento dos Irmãos. Sua influência contribuiu para a criação de grupos como Christian Missions in Many Lands (“Missões Cristãs em Muitos Países”), Missionary Service Committee (“Comitê do Serviço Missionário”), International Teams (“Grupo Internacional”) e outros. Seus escritos e seu exemplo motivaram grandemente James Hudson Taylor e outros missionários do século 19.
A senhorita Bessie Paget, a quem ele se referia como “minha mãe nas coisas de Deus”, ajudou-o a confiar em Deus para a salvação. Por 10 anos, sua esposa Mary foi contra seu desejo missionário. Mas por meio da doença, e pela distribuição do dízimo da família ao povo pobre, Deus confirmou a ela que a família iria para além-mar.
Groves foi um verdadeiro instrumento nos estágios iniciais do movimento dos Irmãos e manteve íntimo contato com esses amigos até a sua morte.
MISSIONÁRIO PIONEIRO
Em 1829, a família viajou por terra, quase seis meses, de Londres a Bagdá. Groves inaugurou uma escola, estudou árabe e praticou medicina. Mas uma peste assoladora tirou a vida de sua esposa, de sua filhinha e quase causou sua morte também.
Sozinho, com três crianças pequenas em uma cidade hostil, Groves escreveu: “o Senhor tem nos mostrado hoje que o ataque repentino de minha querida esposa é peste. Penso que a infecção só pode ter vindo por mim. É um momento terrível a perspectiva de ir deixando a pequena família em tal país, nestas condições. Mas triunfa a fé que tem minha querida esposa. Hoje ela me falou: ‘a diferença entre um filho de Deus e um mundano não está na morte, mas na esperança. Enquanto aquele tem Jesus, este está sem esperança e sem Deus no mundo’”. Pouco tempo depois, Mary Groves foi para a presença de Jesus.
Mesmo enquanto lamentava a morte de Mary, Groves continuava a falar de Cristo e pouco tempo depois disso sentiu o chamado para a Índia.
Durante muitos anos na Índia, onde se sustentou como dentista, Groves ensinou líderes de igrejas sobre a volta de Cristo, trabalhou pela unificação de todo povo cristão e recomendou que os missionários vivessem modestamente, ao nível do povo nativo. Nestes assuntos, ele foi um homem à frente de sua época. Como resultado da influência de Groves, centenas de congregações locais foram iniciadas por evangelistas da Índia e missionários europeus.
Em maio de 1853, aos 58 anos de idade, Groves morreu em Bristol, na casa de George Müller, seu cunhado. Ele estava desesperadamente doente e com uma dor torturante, vinda do adiantado câncer estomacal dos seus últimos dias, mas as pessoas diziam que seu quarto era como um pequeno céu. As últimas palavras, na terra, desse estudante literário, dentista, cirurgião prático e missionário foram: “Precioso Jesus!”.
Jesus havia preenchido a vida de Groves. Seu filho Henry escreveu que a principal característica da vida de seu pai era a de um espírito generoso, de “devoção a Deus, que sua vida igualmente ilustrou”.
DEVOÇÃO E FÉ
Groves teve o desejo de cumprir toda vontade de Deus logo que ela lhe foi revelada. Ele praticou a abnegação bíblica, levando a cruz, abandonando tudo e seguindo o Senhor. Em 1829, ele argumentou sobre isso no opúsculo Christian Devotedness (Devoção Cristã). Seu tema era: trabalhar duro, gastar pouco, dar muito e tudo para Cristo. Muitos o rejeitaram por estas opiniões radicais, mas outros Irmãos compreenderam o seu espírito e usaram suas riquezas para o crescimento do reino de Deus.
Groves estava convencido de que Deus sustentaria todos aqueles que confiassem nEle. Tornou-se bastante conhecido que ele confiaria somente em Deus para sua viagem a Bagdá. As pessoas em Londres conversavam sobre sua fé. Groves esperava que pelo modo como as pessoas tinham contato com o seu trabalho, elas seriam estimuladas a dar mais para o serviço missionário. Por outro lado, ele ocasionalmente partilhava com amigos suas necessidades práticas. Por exemplo, ele escreveu a um amigo assim: “descobri que não tenho dinheiro suficiente para uma viagem planejada, então ficaria agradecido ao amigo por uma doação financeira”. Perto do fim de sua vida, ele insistiu com os cristãos ingleses para sustentarem financeiramente o trabalho na Índia.
A UNIDADE É CRUCIAL
O maior interesse de Groves era a experiência e a prática dos cristãos unidos em Cristo. Ele sentia que os princípios originais dos Irmãos deveriam ajudá-los a apreciar a união e a comunhão entre todos que possuem a vida comum da família de Deus.
Quando questionado se há princípios que possam unir crentes em adoração, mesmo quando eles têm diferentes opiniões a respeito de algumas coisas, ele respondia: “sim, existem. Fomos chamados a não saber nada entre nossos companheiros cristãos, a não ser dois fatos: eles pertencem a Cristo? Cristo os recebeu? Então nós podemos recebê-los, para a glória de Deus”.
Ele escreveu que “só existe um caminho de união: este de irmãos e irmãs com o seu Senhor e Pai, permanecendo juntos em comunhão pelo Espírito. Quando esses grandes princípios são aceitos, todas outras coisas – tal como sistema de regras de igreja – estão, acredito, totalmente subordinados”.
Em 1834, ele escreveu uma carta profética a seu amigo J. N. Darby, avisando-o de que os princípios exclusivistas que Darby pregava levariam os Irmãos a amargas divisões. A respeito de sua própria posição, ele esclarece que “alguns não desejam que eu tenha comunhão com os escoceses, a meu ver, porque a opinião deles sobre a Ceia do Senhor não é satisfatória; outros, com você, por causa da suas opiniões sobre batismo [Darby batizava bebês]; outros, com a igreja da Inglaterra, por causa da ideia deles sobre ministério. Pelos meus princípios, eu recebo todos eles”.
Ele acreditava que “nós precisamos de poder para manifestar nossa força espiritual pela nossa habilidade em suportar as fraquezas dos outros, ao invés de ser pela nossa perícia em descobrir faltas e falhas, tanto em pessoas como em sistemas”. E de Bagdá escreveu: “eu preferiria ter o Amor que pode amar em meio a mil defeitos, ao o zelo que suporta apenas um”.
Groves frequentemente reunia-se em adoração com congregações que não seguiam suas opiniões sobre a igreja. Ele defendia isto declarando: “muita vezes louvo a Deus por permitir-me sentir que pertenço a todos que pertencem a Ele. Não tenho uma chamada que me obriga a separar-me de alguma casa de fé [igreja local], por causa dos males que possam existir entre aqueles nos quais o Senhor habita e caminha. Nem tenho eu qualquer proibição contra fazer parte de qualquer uma das coisas, onde minha própria alma é edificada. Eu nunca me senti separado de um por estar unido a outro”.
ORDEM DA IGREJA
Ao mesmo tempo, Groves mantinha fortes opiniões sobre a igreja. “Por mim mesmo”, ele escreveu, “não quero permanentemente me unir à igreja que não tenha alguma regra constituída. Tenho visto o suficiente deste esquema – cada um faz o que é certo a seus próprios olhos, dizendo que foi ordem do Espírito – para estar certo de que isto é uma ilusão”.
Apesar de ter apoiado anciãos na igreja, Groves rejeitou até o fim a posição de clérigos ordenados dentro dela. Ele sustentou que a coisa importante é manter as suas "relações de corpo entre si, e não negar seu Cabeça e Pai comum, nem impedir o poder do Espírito".
Em seguida acrescentou: “eu aprovo e valorizo grandemente um ministério fixo. Mas sempre protestarei contra o exclusivo; em especial contra aquela liberdade hipócrita, que em palavras admite liberdade, mas na realidade a nega”. Neste conciso depoimento. Groves propôs à igreja o uso de um professor ou professores aprovados, contanto que esta pessoa, ou pessoas, não tentasse comandar. Ele também criticou as “reuniões abertas”, que eram dominadas pela autonomeação de anciãos ou líderes.
Ele estava convencido de que a igreja local é tão competente agora para saber quem o Espírito Santo tem qualificado para ser um ministro da Palavra, como foi o nos dias dos apóstolos. Eles podiam saber quem o Espírito havia qualificado, acreditava ele, pela confrontação da palavra falada com a Palavra escrita e pela edificação que experimentavam em suas almas. Ele cria que “um ministério declarado e reconhecido é essencial à conveniência e à ordem espiritual da igreja”.
A PRIORIDADE DA GRAÇA
Groves preocupou-se quando percebeu que, entre os Irmãos ingleses, a base original de união fraternal na verdade de Jesus havia sido mudada para um testemunho unido contra todos que se diferenciavam deles. Ele estava convencido de que a vida em Jesus Cristo, e não a luz sobre detalhes doutrinários, uniria os crentes. Três anos antes de sua morte escreveu: “sinto que o Senhor abençoará toda a grandeza que é como o Seu próprio coração, mas a estreiteza sectária, que é a glória de muitos, Ele aborrece”.
Com respeito a pessoas que escreviam autoritariamente sobre assuntos não definidos claramente na Bíblia [especificamente, pontos delicados relacionados à humanidade de Cristo], Groves exclamou: “Realmente, homens parecem loucos intrometendo-se naquilo que não é revelado. Visto que eles são mais sábios do que aquilo que está escrito [nas Escrituras], não admiro se Senhor permitir que lutem e discutam uns com os outros”.
Outra vez, sobre o campo missionário, ele escreveu: “na Índia não há portas fechadas ao testemunho de Jesus. Mas eu acredito que sempre as haverá para as opiniões fantásticas ou exclusivas do homem e para pontos abstratos da doutrina, quer relacionadas à profecia, quer relacionadas à constituição da igreja. Nesses dois assuntos, eu acredito que muitos têm perdido o rumo e a mente do Senhor. Creio que nós nunca nos diferenciaremos do conceito geral universal [amplamente aceito] da unidade em Cristo, nos quais nossa felicidade e utilidade têm se mantido associadas por tantos anos”.
Quando estava doente, e a morte apareceu por perto, Groves instruiu os obreiros cristãos indianos a “não colocarem muita ênfase sobre meras questões de batismo, sobre a volta do Senhor, ou sobre o ministério não remunerado. Eles todos têm seu lugar. Mas o assunto principal é Cristo e Sua crucificação – a graça, a plenitude e a liberdade do evangelho”.
Muitos escritores e historiadores do século 19 consideraram Anthony Norris Groves como o real fundador do movimento dos Irmãos. E. W. Blair Neatby julgou que “a simplicidade da sua fé, a profundidade de sua humildade, a energia e a pureza de seu zelo, o fervor e a extensão de sua bondade, têm sido raramente igualadas na Igreja de Deus”.

Autor:  Verdade Viva    

Por Alexandre Gonçalves

Em dedicação, Andrew Murray

Andrew MurrayNasceu na África do Sul, em 9 de maio de 1828, e morreu em 1917. Seu pai era pastor vinculado à Igreja Presbiteriana da Escócia, que, por sua vez, mantinha estreita relação com a Igreja Reformada da Holanda, o que foi importante para impressionar Murray com o fervoroso espírito cristão holandês. Andrew experimentou o novo nascimento aos 16 anos, na Holanda. Após isso, dedicou muito tempo, muitas madrugadas, a orar por um avivamento em seu país e a ler sobre experiências desse tipo ocorridas em outros países.


Autor:  Verdade Viva   
Foi para a Inglaterra com 10 anos e, quando re-tornou para a África do Sul como pastor e evangelista, levou consigo um reavivamento que abalou o país. Seu ministério enfatizava especialmente a necessidade de os cristãos habitarem em Cristo. Isso foi despertado especialmente quando, ao voltar para a África, deparou-se com a grande extensão geográfica em que deveria ministrar. Aí começou a sentir necessidade de uma vida cristã mais profunda. Murray aprendeu suas mais preciosas lições espirituais por meio da Escola do Sofrimento, principalmente após uma séria enfermidade. Sua filha testificou que, após essa doença, seu pai manifestava “constante ternura, serena benevolência e pensamento altruísta”. Essa foi uma expressão de sua fé simples em Cristo e a Ele rendida.
Seu ministério, pela influência recebida do pai, foi caracterizado por profunda e ardente espiritualidade e por ação social. Em 1877, viajou pela primeira vez aos Estados Unidos e participou de muitas conferências de santidade nos EUA e na Europa. Sua teologia era conservadora, e se opunha francamente ao liberalismo. Em seus livros, enfatizou a consagração integral e absoluta a Deus, a oração e a santidade.
Durante os últimos 28 anos de sua vida, foi considerado o pai do Movimento Keswick da África do Sul. Muito dos aspectos místicos de sua obra deve-se à influência de William Law. Murray, assim como Law, Madame Guyon, Jessie Penn-Lewis e T. Austin-Sparks, experimentou o Senhor de forma muito profunda e se tornou um dos mais proeminentes no movimento da vida interior.
Foi acometido de uma infecção na garganta em 1879, a qual o deixou sem voz por quase dois anos. Foi curado dela na casa de uma família cristã em Londres. Como resultado dessa experiência, veio a crer que os dons miraculosos do Espírito Santo não se limitavam à igreja primitiva. Para ele, uma das características da vida vitoriosa era uma profunda e silenciosa percepção de Deus e uma intensa devoção a ele.
Por crer no que Deus pode fazer por meio da obra de literatura, Murray escreveu mais de 250 livros e inúmeros artigos. Sua obra tocou e toca a Igreja no mundo inteiro por meio de escritos profundos, incluindo The Spirit of Christ (O Espírito de Cristo), The Holiest of All (O Mais Santo de Todos), With Christ in the School of Prayer (Com Cristo na Escola de Oração), Abide in Christ (Habite em Cristo), Raising Your Children for Christ (Criando Seus Filhos para Cristo) e Humility (Humildade), os quais são considerados clássicos da literatura cristã. Entre tantos que foram ajudados por ele, podemos mencionar Watchman Nee, cujas obras O Homem Espiritual e O Poder Latente da Alma trazem marcas do pensamento de Murray.

Extraido do blog http://www.verdade-viva.net

Por Alexandre Gonçalves

Rosa Parks

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"A única coisa que me incomodou foi ter esperado tanto tempo para fazer este protesto”
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FICANDO DE PÉ PARA A LIBERDADE.
A maioria dos historiadores datam o início do movimento moderno dos direitos civis nos Estados Unidos de 1º de dezembro de 1955. Este foi o dia que uma costureira desconhecida de Montgomery, Alabama, recusou-se a levantar para ceder o assento de um ônibus para um passageiro branco. Esta brava mulher, Rosa Parks, foi presa e multada por violar um decreto da cidade, mas seu ato solitário de desafio foi o início de um movimento que acabou com a segregação legal na América, e fez dela uma inspiração para as pessoas amantes da liberdade de muitos lugares no mundo.


Rosa Parks nasceu “Rosa Louise McCauley" in Tuskegee – Alabama, filha do carpinteiro, James McCauley e da professora, Leona McCauley. Aos dois anos, ela foi morar no sítio dos avós, em Pine Level, com sua mãe e Sylvester, seu irmão caçula. Aos 11 anos, ela se matriculou na Escola Industrial de Montgomery para garotas, uma escola particular fundada por mulheres nortistas, de tendência liberal. A filosofia da escola de auto-valorização era consistente com a opinião de Leona McCauley em levar vantagem das oportunidades, não importando quão poucas fossem.

As oportunidades eram poucas de fato. “Atrás delas” . Em uma entrevista, Rosa Parks disse: Nós não temos quaisquer direitos civis. Era apenas uma questão de sobrevivência, de existência de um dia para o outro. Eu me lembro, quando ia dormir, de uma garotinha ouvindo a “Ku Klux Klan” rondando à noite, e ouvindo um linchamento, e com medo de que a casa viesse abaixo pelo fogo.

Na mesma entrevista, ela citou sua longa convivência com o medo como a razão de sua intrepidez em decidir apelar para suas convicções, durante o boicote aos ônibus.“ Eu não tinha qualquer espécie de medo e foi um alívio saber que eu não estava só.


Depois de ter trabalhado na Faculdade Estadual de Professores do Alabama, a jovem Rosa e seu esposo Raymond Parks estabeleceram-se em Montgomery. O casal se juntou à agencia local da NAACP e trabalhou sigilosamente por muitos anos para melhorar a sorte de afro-americanos da segregação racial do Sul.

“Eu trabalhei em numerosos casos com a NAACP, recorda a sra. Parks, mas não queríamos publicidade. Houve casos de chicoteamento, trabalhos forçados, assassinatos e estupros. Não parecia que tínhamos muito sucesso. Era mais uma questão de tentar desafiar as autoridades para mostrar que não desejávamos mais continuar sendo cidadãos de segunda classe.


O incidente do ônibus conduziu à formação da Associação para o Progresso de Montgomery, liderada pelo pastor da Igreja Batista da Avenida Dexter, Dr. Martin Luther King Jr. A associação conclamou um boicote contra a empresa de ônibus da cidade. O boicote durou 382 dias e chamou a atenção mundial para a causa de Rosa Parks e do pastor King . A decisão da Suprema Corte americana derrubou o decreto municipal de Montgomery, sob o qual A Sra. Parks fora multada e declarou ilegal a segregação racial nos transportes públicos.

Em 1957, a sra. Parks e seu marido se mudaram para Detroit no Estado de Michigan onde ela serviu no staff do deputado John Conyers. A Convenção Sulista de Lideranças Cristãs estabeleceu o prêmio Anual Rosa Parks de Liberdade em sua honra .

Após a morte de seu marido, em 1977, Rosa fundou o Instituto de Auto-Desenvolvimento Rosa e Raymond Parks. Este Instituto patrocina um programa de verão anual para adolescentes chamado “ Veredas da Liberdade”. Os jovens fazem um tour pelo país, em ônibus, sob supervisão de adultos, aprendendo a história do país e dos movimentos dos direitos civis.

O Presidente Clinton presenteou Rosa Parks com a Medalha Presidencial da Liberdade em 1996. Em 1999, Ela Recebeu uma Medalha de Ouro do Congresso Americano.

Quando perguntada se ela era feliz com a vida de aposentada, Rosa Parks respondeu: Eu fiz o melhor que poderia fazer para encarar a vida com otimismo e esperança e para olhar para frente por dias melhores, mas eu não penso que há tal coisa, como a felicidade completa. Dói em mim que ainda há atividades da Klan e racismo. Eu acho que quando você diz que você é feliz, que você tem tudo que precisa, e tudo que você quer, e não há nada mais para desejar. Eu digo que ainda não alcancei esse estágio.

A Senhora Rosa Parks passou seus últimos dias vivendo tranqüilamente em Detroit, onde morreu em 2005, com a idade de 92 anos.

Postada no Blog www.olharcristao.blogspot.com ...... O Senhor criou você para um propósito maravilhoso e muito especial - já descobriu qual é? 

Por Alexandre Gonçalves