sábado, 22 de maio de 2010

General William Booth e o Exército de Salvação

Enquanto as mulheres chorarem, como choram agora, eu lutarei;
Enquanto criancinhas passarem fome, como passam agora, eu lutarei;
Enquanto homens passarem pelas prisões, entrando e saindo, entrando e saindo,
Como eles o fazem agora, eu lutarei;
Enquanto há um bêbado remanescente,
Enquanto há uma pobre menina perdida nas ruas,
Enquanto restar uma alma que seja nas trevas, sem a luz de Deus - eu lutarei,
Eu lutarei até ao último instante.
- General William Booth, na sua última pregação, junho de 1912
"Bem, se eu puder por isso em uma frase, diria que eu resolvi que o Deus Todo-poderoso deveria ter tudo de William Booth" – respondendo, poucos meses antes de sua morte, sobre o segredo de todas as bençãos que recebeu ao longo dos seus setenta anos de ministério.

 
William Booth nasceu na cidade de Nottingham, na Inglaterra, no dia 10 de abril de 1827. Seu pai era um construtor que acabou perdendo tudo, e com treze anos de idade William começou a trabalhar na loja de um penhorista. Seu pai morreu logo depois, e William precisava ajudar a sustentar a sua mãe e irmãs com o pouco que ganhava.
Aos quinze anos de idade, William, que não tinha sido criado em lar cristão, começou a frequentar a Capela da Igreja Metodista de Nottingham, onde ele teve uma forte experiência de conversão:
"Como um jovem irresponsável de quinze anos, eu fui levado a frequentar a Capela Wesley de Nottingham, eu não me lembro de ninguém ter me orientado sobre a necessidade de uma rendição pessoal para Deus. Eu fui convencido, independentemente de esforço humano, pelo Espírito Santo, que criou dentro de mim uma grande sede por uma vida nova."1
Imediatamente depois da sua conversão, Booth começou a pregar nas áreas pobres da sua cidade, junto com outros adolescentes. Mas quando ele levou um grupo de jovens pobres para a igreja, a congregação de classe média-alta ficou escandalizada.
"Então a minha conversão me tornou, num momento, um pregador do evangelho. Eu nunca pensei na idéia de diferenciar entre aquele que não teve nada a fazer a não ser pregar o evangelho e um menino aprendiz convertido que apenas quiz 'proclamar ao redor do mundo', como costumávamos a cantar, a fama de nosso Salvador. Tenho vivido, graças a Deus, para ver a separação entre leigo e clérico se obscurecer mais e mais, e para ver mais perto da realização a idéia de Jesus Cristo de transformar, num momento, pescadores ignorantes em pescadores de homens."1
Depois de mudar-se para a grande cidade de Londres em busca de emprego, William continuou sua associação com a Igreja Metodista e teve oportunidades de pregar. Em 1850 ele foi aceito como pregador leigo num grupo de Metodistas dissidentes, e assim começou seu ministério de evangelista e avivalista.
Booth foi usado poderosamente nas igrejas Metodistas, e em 1852 foi ordenado como pregador. Ele se casou com Catherine Mumford em 16 de Junho de 1855. Inicialmente ligado a uma igreja em Londres, nesse mesmo ano de 1855 Booth foi liberado para exercer o ministério de evangelista itinerante.
Em 1858 Booth foi consagrado como Ministro mas também obrigado a assumir o pastoreado de uma igreja local. Ele sentiu que seu chamado era mais evangelístico que pastoral e em 1861 saiu da Igreja Metodista para seguir o ministério evangelístico.
Com filhos pequenos e sem sustento financeiro, os anos que se seguiram foram difíceis para a família Booth. Mas William foi usado poderosamente em avivamento, como Harold Begbie relata no livro "Life of William Booth":
Os aldeãos andaram pelos morros, e os pescadores remaram oito ou dez milhas de mar escuro, para as cidades onde William Booth estava pregando. Jornais locais registraram que, em alguns lugares, o comércio foi paralisado. Ao longo daquele canto do ducado, de Camborne para Penzance, a chama se queimou com força crescente. Centenas de conversões foram feitas. Cenas "além da descrição" aconteceram; os gritos e gemidos "foram bastante para derreter um coração de pedra"; na cidade de St. Just "mil pessoas se associaram às igrejas diferentes."2
Em 1865 a família Booth mudou-se para a cidade de Londres. Andando um dia pelo lado oeste da cidade, William foi chocado em ver a pobreza e miséria dos seus moradores.
"Quando eu vi as multidões de pessoas pobres, tantas delas evidentemente sem Deus nem esperança neste mundo, e descobri que elas me ouviram tão prontamente e avidamente, me seguindo da reunião ao ar livre até à tenda, e aceitando, em tantas instâncias, o meu convite para se ajoelharem aos pés do Salvador, naquele mesmo momento, todo meu coração se estendeu a elas. Eu voltei para casa e falei à minha esposa: 'Ó Kate, eu achei o meu destino! Estes são o povo por quem eu tenho ansiado todos esses anos.'"
"Naquela noite", disse o General, "o Exército de Salvação nasceu."1
Booth fundou um ministério, a Missão Cristã, para ministrar a essas pessoas. Desde o início, seus métodos – e os resultados – foram nada convencionais. Sedeada inicialmente em uma tenda, que foi destruida por uma gangue de baderneiros, mais tarde a missão se mudou para um salão de dança. Reuniões ao ar livre também sempre foi uma estratégia importante para a missão. Mais tarde, bandas marchando nas ruas foram utilizadas para atrair as multidões para ouvir a pregação do Evangelho.
Um forte mover do Espírito Santo impulsionou o crescimento do avivamento.
As descrições a seguir das Reuniões de Santidade, tiradas da Revista da Missão Cristã, não conseguiam mostrar realmente as cenas extraordinárias que foram testemunhadas, nem contam adequadamente os efeitos produzidos nas almas daqueles que participaram destes cultos. Bramwell Booth me conta que, depois de muitos anos de reflexão, e agora disposto a pensar que, em certa medida, a atmosfera dessas reuniões foi calculada para afetar histericamente certos temperamentos desequilibrados ou excitáveis, mesmo assim ele está convencido, completamente convencido,de que algo da mesma força que se manifestou no dia de Pentecostes se manifestou naquelas reuniões em Londres.
Ele descreve como homens e mulheres caíram de repente no chão, e permaneceram em estado de desmaio ou transe durante muitas horas, se levantando em fim tão transformados com alegria que eles poderiam fazer nada além de gritar e cantar em uma êxtase de felicidade. Ele me fala que, sem dúvida, ele viu exemplos de levitação - pessoas sendo levantadas e jogadas para frente no ar. Ele viu homens e mulheres ruins de repente feridos com um desespero irresistível, levantando seus braços, proferindo os gritos mais terríveis, e caíndo para trás, como se fossem mortos, convencidos sobrenaturalmente da sua condição pecaminosa. O chão às vezes ficava cheio com homens e mulheres derrubados por uma revelação da realidade espiritual, e os obreiros da Missão levantavam seus corpos caídos e os levavam para outras salas, para que as Reuniões pudessem continuar sem distrações.2
Nós temos um relato de um culto de adoração de agosto de 1878:
A visão dos rostos no palco nunca será esquecida - foi mais que alegria que iluminou todos - foi o êxtase de bêbados espirituais. Quando nós vimos um irmão, avançado em anos e endurecido pelo longo hábito de ordenações religiosas solenes, dançando, sim, realmente dançando à música, enquanto outros, menos constrangidos, estavam levantando os braços descobertos e girando para cá e para lá enquanto cantavam, nós percebemos como nunca antes, que a graça de Deus pode fazer as pessoas livres e libertas. Aqui está, mais uma vez, a religião velha, despreocupada com a opinião pública e cheia de glória e de Deus, motivo pelo qual os apóstolos foram obrigados a recomendar sobriedade.2
Ballington Booth, filho de William, descreveu um culto de oração no mês seguinte:
No dia 13 de setembro tivemos um tempo maravilhoso. Nunca vou esquece-lo. Oh! Deus sondou todos os corações naquela noite. Depois de falar sobre entregar tudo e ser sustentado pelo poder de Deus, e cantando "Eu estou confiando, Senhor, em Ti", nós caímos de joelhos para oração silenciosa. Então o Deus Todo-Poderoso começou a convencer do pecado e chamar para o arrependimento. Alguns começaram a chorar, alguns gemeram, alguns clamaram em voz alta para Deus. Um homem disse, "Se eu não posso adquirir esta bênção, eu não posso viver"; outro disse, "Há algo, há algo, oh, meu Deus, meu Deus, me ajuda; me santifique; endireite meu coração"; e enquanto nós cantamos:
Me salva agora, me salva agora,
Meu Jesus me salva agora,
Uma querida irmã jovem se aproximou à mesa, então mais duas pessoas a seguiram; e nós cantamos novamente,
Me salva agora, me salva agora.
Sim, Jesus me salva agora.
Muitos mais foram tocados. Nós caímos novamente de joelhos. Cinco ou seis mais vieram à frente. Um homem tirou seu cachimbo do seu bolso, e o pôs na mesa, resolvido que este nunca mais ficaria entre a sua alma e Deus. Então seis ou sete mais vieram à frente. Então quase não pudemos nem cantar nem orar mais. Todos foram dominados pelo Espírito. Um jovem, depois de lutar e lutar durante quase uma hora, gritou "Glória, glória, glória, alcancei. Oh, Glória a Deus!" Uma jovem balançou a sua cabeça, dizendo, " Não, hoje não" mas logo foi vista no chão intercedendo poderosamente com Deus... E todos se uniram cantando as palavras,
Eu Te tenho oh! Eu Te tenho,
Todas as horas eu Te tenho;
E um irmão disse, "Oh, oh! se este ai não é o céu, como será o céu?" Outro irmão disse, "Eu tenho que pular"; Eu disse, "Então pule" e ele pulou por todo lado. Assim nós cantamos, choramos, rimos, gritamos, e depois que vinte e três tinham se entregado ao Mestre, confiando nele para os guardar do pecado, tanto como Ele tinha perdoado os seus pecados, nós encerramos cantando
Glória, glória Jesus me salva,
Glória, glória ao Cordeiro
Glória, glória ao Cordeiro.2
A Revista da Missão Cristã de Setembro de 1878 relata "Uma Noite de Oração" na noite do 8 a 9 de agosto:
Ninguém que viu aquela cena de oração contundente e fé triunfante jamais iria esquece-la. Nós vimos um mineiro labutando com os seus punhos no chão e no ar, da mesma maneira que ele foi acostumado lutar com a pedra no seu trabalho diário, até que enfim ele ganhou o diamante que ele estava buscando - libertação perfeita da mente carnal - e se levantou gritando e quase pulando de alegria. Homens grandes, como também as mulheres, caíram no chão, ficando deitados durante algum tempo como se fossem mortos, subjugados com o Poder do Alto. Quando a alegria da libertação poderosa de Deus caiu sobre alguns, eles riram e também choraram de alegria, e alguns dos evangelistas mais jovens poderiam ter sido vistos, como rapazes brincando, abraçados e rodando um em cima do outro no chão.2
A missão continuou a crescer, mesmo sofrendo muita oposição. No Natal de 1878 o nome da Missão Cristã mudou para "O Exército de Salvação", e William Booth foi chamado de seu General (um título que ele resistiu, no início, por achar pretensioso).
Por causa das suas táticas de invadir as ruas e áreas pobres com a pregação do Evangelho, o Exército de Salvação foi, nos primeiros anos, muito perseguido:
Num só ano – 1882 – 669 soldados do Exército de Salvação foram atacados ou brutalmente assaltados. Sessenta prédios foram quase demolidos pelas multidões. Até 1.500 policiais de plantão todo domingo, pareciam ser incapazes de proteger as tropas do Booth.3.
Mas, no mesmo tempo, seu crescimento fenomenal não pode ser negado, e até a Igreja da Ingleterra (Igreja Anglicana) propôs uma parceria com o Exército de Salvação:
No início de 1882, o Arcebispo de York, Dr William Thomson, sugeriu uma mudança radical: a amalgamação do Exército de Salvação com a Igreja da Inglaterra. Houve pessoas, ele confessou, que a sua Igreja não conseguiu alcançar; uma pesquisa feita numa noite de semana em Londres mostrou quase 17.000 adorando nos quarteis do Exército contra 11.000 nas igrejas comuns...
"Veja", Booth resumiu gentilmente para um clérico que estava perplexo com o sucesso do Exército, "nós não temos uma reputação para perder."3.
E os resultados continuaram:
Não intimidados pela perseguição e pobresa, estes guerreiros, entre 1881 e 1885 levaram 250.000 homens e mulheres aos altares4 do Exercíto.3
Seu crescimento não foi limitado ao país da Inglaterra. O Exércíto se estendeu aos EUA e Austrália em 1880, e à França no ano seguinte. Divisões na África do Sul e Nova Zelândia começaram em 1883.
Catherine Booth, a "Mãe do Exercito de Salvação" faleceu no dia 4 de outubro de 1890. Nesse ano, o Exército já tinha alcançado um sucesso inimaginável desde seu início, vinte e cinco anos antes:
Agora eles estavam operando quase 2.900 centros – mais que £775.000 de imóveis, a maioria hipotecada. Levantaram £18.750.000 para ajudar homens para quem o mundo negou uma segunda chance. A bandeira "Sangue e Fogo" estava levantada em trinta e quatro países. Na Sede Internacional, o assunto da salvação agora envolveu 600 telegramas, 5.400 cartas cada semana.
Mas Booth tinha ganho mais que território e fundos: ele ganhou os olhos e os ouvidos do mundo. Cada semana seus 10.000 oficiais, a maioria com menos de vinte e cinco anos, pregaram o Evangelho à multidões em 50.000 reuniões. Somente na Inglaterra, visitaram 54.000 lares cada semana. Seus vinte e sete jornais alcançaram trinta e um milhões de leitores.3
Em 1909 o Booth, agora com oitenta anos mas sempre um evangelista, começou suas "Campanhas Motorizadas" onde ele viajou pela Inglaterra de carro, evangelizando:
Foi como se Booth, mais perto da sua audiência desde o dias da Missão Cristã, queimou com a chama de Deus. Numa vez, viajando para o norte, seu carro foi parado por operários que fecharam a rua com uma corda. Mas, quando ele se levantou do banco, a voz de Booth parecia hipnotizá-los. "Alguns de vocês homens nunca oram – vocês pararam de orar há muito tempo. Mas vou dizer a vocês, vocês não vão orar para seus filhos, para que eles possam ser diferentes?"
Dentro de minutos, o neto do General, Wycliffe relembra, a rua se tornou uma panorama sem fim de cabeças descobertas enquanto setecentos homens se ajoelharam em adoração silenciosa.3
William Booth faleceu no dia 20 de agosto de 1912.
Em sessenta anos como evangelista, Booth viajou cinco milhões de milhas, pregando quase 60.000 sermões – e seu espírito hipnótico atraiu 16.000 oficiais para seguir a bandeira em cinquenta e oito países, para pregar o evangelho em trinta e quatro línguas. Em 1881, quando Booth mudou-se para a Rua Queen Vitória, os obreiros da Sede se sentiram sobrecarregados abrindo mil cartas cada semana. Agora eles estavam afundados numa enchente de mil cartas cada dia.3
O Exército de Salvação ficou muito conhecido por causa das suas muitas obras sociais, mesmo que essas tenham sido o resultado de um verdadeiro avivamento e uma paixão pelas almas perdidas. Comentando sobre isso, Booth escreveu:
"Nossa Obra Social é, essencialmente, uma atividade religiosa. Ela não pode ser contemplada, iniciada nem continuada com grande sucesso, sem um coração cheio de compaixão e amor, e revestido com o poder do Espírito Santo."1
É dificil medir o impacto do Exército de Salvação, que certamente marcou profundamente o Século 19. Sua luta por justiça social e a favor dos excluídos e menos favorecidos da sociedade levou Booth a escrever um livro "In Darkest England and the Way Out" ("Na Mais Tenebrosa Inglaterra e a Saída") que foi muito discutido na Inglaterra, e incentivou o crescimento das obras sociais do Exército.
Para Charles Haddon Spurgeon, famoso pregador Batista que comandava multidões de 20.000 numa só vez, o Exército era insubstituível – "mais cinco mil policiais não tomarão o seu lugar na repressão de crime e desordem"3
 
 
Por Alexandre Luiz

Que Deus abençõe!

 

Evan Roberts e o País de Gales

Eu estendi minha mão e toquei a chama. Agora eu estou queimando e esperando por um sinal. – Evan Roberts, pregando na Capela de Moriah, Dezembro de 19031
Acima de tudo, uma sensação da presença e santidade de Deus impregnava cada área da experiência humana, em casa, no trabalho, nas lojas e nas tavernas. A eternidade parecia inevitavelmente próxima e real. – Efion Evans2
Eu não sou a fonte deste avivamento. Eu sou apenas um agente entre o que vai ser uma multidão... Eu não sou aquele que está tocandos os corações de homens e mudando as vidas dos homens. Não sou eu, mas o Deus que opera em mim. – Evan Roberts, Smith's Weekly1
 
O avivamento de Gales foi um dos mais impressionantes moveres de Deus de todos os tempos. Em poucos meses de avivamento, um país inteiro foi transformado, mais de cem mil pessoas aceitaram o Senhor Jesus como seu Senhor e Salvador, e a notícia foi espalhada ao redor do mundo.
O avivamento começou em outubro de 1904 na pequena cidade de Loughor, com Evan Roberts, um jovem de 26 anos. Wesley Duewel conta sobre o início do avivamento no seu livro "O Fogo do Reavivamento":
Os historiadores geralmente se referem ao reavivamento que começou na aldeia de Loughor no País de Gales como o ponto inicial do reavivamento. Evan Roberts foi o instrumento usado por Deus para inaugurar o reavivamento de 1904. Em 1891, aos treze anos de idade, Roberts começou a ter fome e sede, e orar por duas coisas importantes: (1) para que Deus o enchesse com o Seu Espírito, e (2) para que Deus enviasse o reavivamento ao País de Gales. Roberts fez talvez o maior investimento no banco de oração de Deus a favor do reavivamento que o Senhor desejava enviar. E talvez fosse essa a razão de Deus ter começado a onda internacional de reavivamentos no País de Gales – através de Evan Roberts.2
Evan Roberts tinha acabado de começar a cursar o seminário quando teve uma visão na qual Deus o chamava para voltar à sua pequena cidade e pregar para os jovens da sua igreja. Roberts já tivera outras experiências com Deus e estava convencido que Ele estava prestes a derramar um poderoso avivamento sobre o país de Gales. Mesmo assim, podemos imaginar que não foi fácil para ele voltar para casa depois de apenas quinze dias no seminário. Mas, na noite de domingo, 30 de outubro de 1904, durante o culto, Roberts teve uma visão dos seus amigos de infância e entendia que Deus estava falando para ele voltar para casa e evangelizar-los.2
No dia seguinte Evan Roberts reuniu os jovens da igreja e começou a passar a sua visão para o avivamento. Ele ensinou que o povo orasse uma oração simples: "Envia o Espírito Santo agora, em nome de Jesus Cristo". Roberts também enfatizou quatro pontos fundamentais para o avivamento:
  • A confessão aberta de qualquer pecado não confessado
  • O abandono de qualquer ato duvidoso
  • A necessidade de obedecer prontamente tudo que o Espirito Santo ordenasse
  • A confessão de Cristo abertamente2
Os cultos continuavam todos os dias e o fogo do avivamento começou a espalhar-se pela região.
Na primeira manhã daquela semana milagrosa, as pessoas se juntavam em grupos na rua principal de Gorseinon e a pergunta principal nos seus lábios foi, "Como você se sente agora? Você não se sente esquisito?" Nas suas mentes estavam gravadas as cenas dos cultos do Domingo quando, em cada capela, muitas pessoas pareciam ser subjugadas. As cenas se repetiam a cada dia e a alegria de Evan aumentou. O Reverendo Mathry Morgan de Llanon visitou uma noite e viu o avivalista "que quase dançava com alegria por causa de um que estava orando fervorosamente e que estava rindo enquanto orava, por ter ficado consciente que suas súplicas estavam prevalecendo. Mr Roberts mostrou sinais animados de uma alegria triunfante, em concordância com ele. Glórias a Deus por uma religião alegre."1
Desse pequeno começo, um grande avivamento começou a varrer o norte do país de Gales. Cultos de avivamento começaram espontaneamente, muitas vezes antes da chegada do avivalista. A maioria dos líderes e ministros do avivamento foram jovens e adolescentes:
Evan Roberts tinha apenas vinte e seis anos de idade quando irrompeu o avivamento. Sua irmã, Mary, que foi uma parte tão importante da obra, tinha dezesseis. Seu irmão Dan e o futuro marido de Mary, Sydney Evans, estavam ambos com cerca de vinte anos. As "Irmãs Cantoras", que foram usadas grandemente, estavam entre as idades de dezoito e vinte e dois anos. Milhares de jovens se converteram e eram imediatamente enviados por toda a terra testificando da glória de Deus. Criancinhas tinham suas próprias reuniões de oração e testemunhavam ousadamente aos pecadores mais endurecidos. As capelas ficavam superlotadas de jovens.3
O avivamento resultou na conversão de muitos jovens, que logo se empenharam na obra de evangelização. Crianças também foram usadas poderosamente no avivamento, ganhando muitos almas para Jesus. Novos convertidos lideravam grandes reuniões de oração e estudos Bíblicos.3
Durante o avivamento os cultos continuavam quase sem parar, e a presença de Deus foi manifesta de uma forma especial. Grandes congregações, de até milhares de pessoas, foram movidos pelo Espírito a "cair aos pés simultaneamente para adorar em uníssono"; às vezes a glória do Senhor brilhava dos púlpitos com uma luz tão forte que "os evangelistas ou pastores fugiam dela para não serem completamente arrebatados"3.
Um jornalista de Londres que assistiu às reuniões ficou surpreso ao ver como os cultos prosseguiam quase sem liderança ou orientação humana. Hinos, leitura da Palavra, oração, testemunhos dos convertidos e breves exortações por várias pessoas sucediam-se segundo o Espírito guiava. Os grandes hinos da igreja eram cantados durante três quartos da reunião; a ordem reinava, embora mil ou duas mil pessoas estivessem presentes. Se alguém se demorava muito na exortação, outra pessoa começava um hino. Evan Roberts insistia continuamente: "Obedeçam ao Espírito", e o Espírito mantinha a reunião pacífica e ordeira.2
O Reverendo R B Jones descreveu um culto, onde ele pregou a mensagem da salvação:
"Como um só homem, primeiro com um suspiro de alívio e depois com um grito de alegria delirante, toda a audiência ficou de pé... Todo recinto naquele momento parecia terrível com a glória de Deus – usamos a palavra 'terrível' deliberadamente; a presença santa de Deus era tão manifesta que o próprio orador sentiu-se dominado por ela; o púlpito onde se encontrava estava tão cheio com a luz de Deus que ele teve de retirar-se!"2
Os efeitos do avivamento estenderam-se muito além dos cultos e reuniões de oração. Os bares e cinemas fecharam, as livrarias evangélicas venderam todos os seus estoques de Bíblias. O avivamento tornou-se manchete nos principais jornais do país. A presença de Deus "parecia ser universal e inevitável", invadindo não somente as igrejas e reuniões de oração, mas se manifestando também "nas ruas, nos trens, nos lares e nas tavernas" .2
"Em muitos casos, os fregueses entravam nas tavernas, pediam bebidas e depois davam meia-volta e saíam, deixando-as intocadas no balcão. O sentimento da presença de Deus era tal que praticamente paralisava o braço que ia levar o copo à boca."2
Evan Roberts trabalhou sem parar no avivamento. Ele não queria que as pessoas olhassem para ele, e muitas vezes ficava calado durante os cultos, preferindo que o Espírito Santo os dirigisse. Ele raramente falava com os jornalistas que vinham para escrever sobre o avivamento, e não permitia que tirassem fotografias dele.
Infelizmente, Evan, o "catalisador principal" do avivamento, não cuidou da sua própria saúde, tirando o tempo necessário para descansar. Ele começou a se sentir fisicamente exausto, vindo finalmente a ter um colapso, e em abril de 1906 retirou-se para a casa do Sr. e Sra. Penn-Lewis na Inglaterra. Evan nunca mais exerceu seu ministério de avivalista, e sem sua liderança, o avivamento logo se apagou.
Rick Joyner, no seu livro "O Mundo em Chamas", fala sobre o papel da Sra Jessie Penn-Lewis na vida do avivalista:
Parece provável que Jessie Penn-lewis tenha exercido uma parte significativa em levar o grande Avivamento do País de Gales a um fim prematuro, embora ela parecesse ter a melhor das intenções. Os relatos foram de que ela convenceu Evan Roberts a retirar-se do avivamento, porque achava que ele estava recebendo muita atenção, a qual deveria ir apenas para o Senhor...
Seria desonesto incriminar Jessie Penn-Lewis como a única mão que interrompeu o Avivamento Galês, embora muitos amigos e colaboradores de Evan Roberts tenham feito exatamente essa acusação. Evan Roberts deixou a obra e foi viver na casa de Penn-Lewis, onde ele se tornou efetivamente um eremita espiritual, nunca mais usado no ministério...3
Depois de sair da liderança do avivamento, com sua saude bastante enfraquecida, Evan Roberts viveu uma vida de intercessão, escrevendo matérias para revistas evangélicas, e recebendo visitas. Alguns anos depois, junto com a Jesse Penn-Lewis, ele escreveu o livro "War on the Saints" (Guerra contra os Santos), em qual ele criticou o avivamento. Menos que um ano depois do lancamento do livro, Roberts o descreveu como sendo uma "arma falhada que tinha confundido e dividido o povo do Senhor."4
O avivamento no país de Gales durou apenas nove meses, porém neste tempo marcou o mundo. Os frutos, os resultados do avivamento, foram bons: uma pesquisa feita seis anos depois do avivamento descobriu que 80% dos convertidos continuavam sendo membros das mesmas igrejas onde tiveram se convertido. Porém, isso não significa que os outro 20% tivessem se desviado, porque muitos se mudaram para missões independentes ou novas denominações.2
Temos mais informações sobre o avivamento de Gales, incluíndo citações do Evan Roberts, em nossa comunidade online, uma pequena gravação do Evan Roberts na área de gravações e o livro "Quandro Desceu o Espírito" na área de livros.
 
Por Alexandre Luiz

Que Deus abençõe!

 

Duncan Campbell e o avivamento das Ilhas Hébridas

O avivamento é nem mais nem menos que o impacto da personalidade de Jesus Cristo sobre uma igreja ou comunidade. A área inteira se torna consciente de Deus. - Duncan Campbell
 
As Ilhas Hébridas são pequenas ilhas que ficam a noroeste da Escócia, a maior das quais se chama "Lewis e Harris".
O avivamento começou em 1949 quando duas irmãs, senhores de idade, Peggy e Christine Smith, começaram a orar por um avivamento. Elas acreditaram que Deus as deu a promessa de Isaías 44:3: "Porque derramarei água sobre o sedento, e torrentes sobre a terra seca."
 
No mesmo tempo, sem saber das irmãs Smith, setes homens tinham se comprometido a reunuir-se três vezes na semana para orar por um avivamento. No seu livro "Bright and Shining Revival"1(Avivamento Brilhante e Reluzente), Kathie Walters descreva o que acontece uma noite, depois de mêses de oração:
Finalmente, uma noite, um jovem diácono se levantou dos seus joelhos e começou a ler Salmo 24, "Quem subirá ao monte do SENHOR, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do SENHOR e a justiça do Deus da sua salvação."
Em resposta a este desafio de Deus, eles caíram aos seus joelhos em confissão e reconsagação e começaram a pedir com ainda mais sinceridade. Uma hora depois, três deles estavam postrados no chão - exaustos. Às cinco horas da manhã, o avivamento chegou! O celeiro estava repentinamente cheio da glória de Deus, e o poder que se manifestou encheu aquele pequeno celeiro, e abalou toda a comunidade.
O pastor da igreja local, o Reverendo James McKay, convidou um pregador chamado Duncan Campbell para visitar a ilha e abanar as chamas de avivamento. No inicio, Campbell recusou o convite por causa de ter uma conferência marcada pelo mesmo tempo, porém as irmãs Smith encorajavam o pastor McKay que Campbell, de fato, iria visitar a ilha, e a outra conferência foi cancelada na última hora.
Na sua primeira noite na ilha, Campbell pregou na igreja lotada, porém aparentamente sem um grande mover do Espírito. Algumas pessoas continuavam orando numa casa depois do culto:
Na cabana aproximadamente trinta pessoas se ajoelharam em oração e começaram a interceder diante de Deus. Às aproximadamente 3 horas da manhã, Deus invadiu o lugar e uma dúzia foram postradas, atônitas, no chão. Algo tinha acontecido - Deus estava agindo, como Ele tinha prometido. O avivamento tinha chegado e os homens e mulheres estavam a prestes a encontrar a libertação.
Quando o grupo deixou a cabana, eles acharam homens e mulheres buscando Deus. Luzes estavam acesas nas casas ao longo da estrada - ninguém parecia estar pensando em dormir. Três homens foram encontrados deitados pela margem de estrada numa torrente de convicção, clamando para Deus ter misericórdia neles! O Espírito de Deus estava entrando em ação e logo a paróquia de Barvas seria completamente agitada.1
No seu livro "O Fogo do Reavivamento"2, Wesley Duewel fala sobre o segundo culto do Campbell, na noite seguinte:
O segundo culto terminou no mais completo silêncio. Deus falava aos corações. No final, Campbell despediu a multidão e o prédio esvaziou-se. Mas, de repente, a porta da igreja abriu-se de novo e um presbítero fez sinal para Campbell ir até ele. A congregação inteira estava do lado de fora, tão tocada pelo Espírito que ninguém queria ir embora. Outras pessoas, que não tinha assistido ao culto, foram atraídas de suas casas pelo poder do Espírito Santo. Muitos rostos mostravam profunda aflição.
Campbell chamou todos de volta para a igreja. A presença majestosa de Deus era tão profunda que os não-salvos começaram a gemer aflitos e a orar arrependidos. Até os cristãos sentiram o peso do seu pecado. De repente, um grito vibrou no ar. Um dos soldados de oração do grupo dos jovens foi tocado até o ponto de agonia, enquanto derramava a sua alma pedindo o reavivamento. Ele caiu prostrado no chão em transe. Homens fortes clamavam por misericórdia e, à medida que cada um recebia a segurança da salvação, outros louvavam a Deus e até davam gritos de alegria. Uma mãe colocou os braços ao redor do filho, agradecendo a Deus, enquanto lágrimas de alegria corriam pelas suas faces. As orações de anos foram respondidas.
Durante cinco semanas, o poder de Deus foi derramado sobre aquela região. Numa ocasião, quase seissento pessoas, encaminhado para a igreja, foram tocadas derrepente pelo poder do Espírito Santo e se ajoelharam na estrada em arrependimento. Duncan Campbell conduzia quatro cultos todas as noites enquanto durava o mover poderoso de avivamento.
O fogo de avivamento se espalhou para outras comunidades. Kathie Walter relata o que aconteceu na pequena aldeia de Arnol:1
Há pessoas em Arnol hoje que podem verificar o fato que enquanto o irmão orou, os pratos no armário balancavam enquanto Deus liberou o Seu poder. Em seguida, onda depois de onda do poder divino passou pela sala. Simultaneamente, o Espírito de Deus passou pela aldeia. As pessoas não puderam dormir e as casas ficaram iluminadas a noite toda. Pessoas andavam as ruas em grande convicção; outros se ajoelharam ao lado de sua cama, chorando para perdão. Quando os homens sairam da reunião de oração, o pregador entrou numa casa para pedir um copo de leite e encontrou a dona da casa com sete outras mulheres de joelhos, clamando a Deus.
Dentro de 48 horas o bar, normalmente lotado com os homens da aldeia, estava fechado. 14 jovens que estavam bebendo foram gloriosamente convertidos. Estes mesmos homens poderiam ser achados depois, três vezes por semana, com outros nos seus joelhos, orando para os seus colegas e para a expansão de avivamento. Foi nesta aldeia que, dentro de 48 horas, muitos jovens tinham entregue as suas vidas a Cristo, e poderiam ser achados nas reuniões de oração!
A presença de Deus começou a se espalhar pela região, e havia mais duas ondas de avivamento, em 1952 e 1957. O Keswick Journal de 1952 falou sobre os frutos do primeiro avivamento:1
Mais pessoas estão comparecendo às reuniões de oração em Lewis hoje que assistiram aos cultos no domingo antes do avivamento. Males sociais foram varridos como por uma inundação nas comunidades tocadas por este movimento maravilhoso. Homens e mulheres estão vivendo para Deus. Adoração familiar está em quase todas as casas; cinco ou seis reuniões de oração uma semana na paróquia; os pastores e presbíteros estão edificando homens e mulheres na fé. De todas as centenas que viraram a Cristo na primeira onda do Espírito Santo, até agora, só quatro mulheres jovens deixaram de comparecer às reuniões de oração. 

Por Alexandre Luiz

Que Deus abençõe!





William Seymour e a Rua Azusa


William J. Seymour
Muitas igrejas têm orado para um Pentecoste, e o Pentecoste veio. A pergunta agora é, será que o elas aceitarão? Deus respondeu de uma forma que elas não procuraram. Ele veio de uma forma humilde, como no passado, nascido em uma manjedoura. The Apostolic Faith, setembro de 1906. Agora só uma palavra relativa ao irmão Seymour, que é o líder do movimento debaixo de Deus. Ele é o homem mais manso que eu já encontrei. Ele caminha e conversa com Deus. O poder dele está na sua fraqueza. Ele parece manter uma dependência desamparada em Deus e é tão simples como uma pequena criança, e ao mesmo tempo ele está tão cheio de Deus que você sente o amor e o poder toda vez que você chegar perto dele. - W H Durham, The Apostolic Faith, fevereiro / marco de 1907


O avivamento da Rua Azusa, na cidade de Los Angeles - EUA, tem marcado profundamente o Cristianismo dos últimos cem anos. Hoje, dos 660 milhões de cristãos protestantes e evangélicos no mundo, 600 milhões pertençam a igrejas que foram diretamente influenciadas pelo avivamento da Rua Azusa (Pentecostais, Carismáticos, Terceira-Onda etc).1
O início do avivamento começou com o ministério do Charles Fox Parham. Em 1898 Parham abriu um ministério, incluindo uma escola Bíblica, na cidade de Topeka, Kansas. Depois de estudar o livro de Atos, os alunos da escola começaram buscar o batismo no Espírito Santo, e, no dia 1° de janeiro de 1901, uma aluna, Agnes Ozman, recebeu o batismo, com a manifestação do dom de falar em línguas estranhas. Nos dias seguintes, outros alunos, e o próprio Parham, também receberam a experiência e falaram em línguas.2
Nesta época, as igrejas Holiness ("Santidade"), descendentes da Igreja Metodista, ensinaram que o batismo no Espírito Santo, a chamada "segunda benção", signficava uma santificação, e não uma experiência de capacitação de poder sobrenatural. Os dons do Espírito Santo, tais como falar em línguas estranhas, não fizeram parte da sua teologia do batismo no Espírito. A mensagem do Parham, porém, foi que o batismo no Espírito Santo deve ser acompanhado com o sinal miraculoso de falar em línguas.
Parham, com seu pequeno grupo de alunos e obreiros, começou pregar sobre o batismo no Espírito Santo, e também iniciou um jornal chamado "The Apostolic Faith" (A Fé Apostólica). Em Janeiro de 1906 ele abriu uma outra escola Bíblica na cidade de Houstan, Texas.
Um dos alunos esta escola foi o William Seymour. Nascido em 1870, filho de ex-escravos, Seymour estava pastoreando uma pequena igreja Holiness na cidade, e já estava orando cinco horas por dia para poder receber a plentitude do Espírito Santo na sua vida.
Seymour enfrentou as leis de segregação racial da época para poder frequentar a escola. Ele não foi autorizado ficar na sala de aula com os alunos brancos, sendo obrigado a assistir as aulas do corridor. Seymour também não pude orar nem receber oração com os outros alunos, e consequentamente, não recebeu o batismo no Espírito Santo na escola, mesmo concordando com a mensagem.
Uma pequena congregação Holiness da cidade de Los Angeles ouviu sobre Seymour e o chamou para ministrar na sua igreja. Mas quando ele chegou e pregou sobre o batismo no Espírito Santo e o dom de línguas, Seymour logo foi excluído daquela congregação.
Sozinho na cidade de Los Angeles, sem sustento financeiro nem a passagem para poder voltar para Houston, Seymour foi hospedado por Edward Lee, um membro daquela igreja, e mais tarde, por Richard Asbery. Seymour ficou em oração, aumentando seu tempo diário de oração para sete horas por dia, pedindo que Deus o desse "aquilo que Parham pregou, o verdadeiro Espírito Santo e fogo, com línguas e o amor e o poder de Deus, como os apóstolos tiveram."1
Uma reunião de oração começou na casa da família Asbery, na Rua Bonnie Brae, número 214. O grupo levantou uma oferta para poder trazer Lucy Farrow, amiga de Seymour que já tinha recebdo o batismo no Espírito Santo, da cidade de Houston. Quando ela chegou, Farrow orou para Edward Lee, que caiu no chão e começou falar em línguas estranhas.
Naquela mesma noite, 9 de abril de 1906, o poder do Espírito Santo caiu na reunião de oração na Rua Bonnie Brae, e a maioria das pessoas presentes começaram falar em línguas. Jennie Moore, que mais tarde se casou com William Seymour, começou cantar e tocar o piano, apesar de nunca tiver aprendido a tocar.
A partir dessa noite, a casa na Rua Bonnie ficou lotado com pessoas buscando o batismo no Espírito Santo. Dentro de poucos dias, o próprio Seymour também recebeu o batismo e o dom de línguas.
Uma testemunha das reuniões na Rua Bonnie Brae disse:
Eles gritaram durante três dias e três noites. Era Páscoa. As pessoas vieram de todosos lugares. No dia seguinte foi impossível chegar perto da casa. Quando as pessoas entraram, elas cairam debaixo do poder de Deus; e a cidade inteira foi tocada. Eles gritaram lá até as fundações da casa cederam, mas ninguém foi ferido. Durante esses três dias havia muitas pessoas que receberam o batismo. Os doentes foram curados e os pecadores foram salvos assim que eles entraram.1

Rua Azusa, 312
Sabendo que a casa na Rua Bonnie Brase estava ficando pequena demais para as multidões, Seymour e os outros procuravam um lugar para se reunir. Eles acharam um prédio, na Rua Azusa, número 312, que tinha sido uma igreja Metodista Episcopal mas, depois de ser danificado num incêndio, foi utilizado como estábulo e depósito. Depois de tirar os escombros, e construir um púlpito de duas caixas de madeira e bancos de tábuas, o primeiro culto foi realizado na Rua Azusa no dia 14 de abril de 1906.
Muitos cristãos na cidade de Los Angeles e cidades vizinhas já estavam esperando por um avivamento. Frank Bartleman e outros estiveram pregando e intercedendo por um avivamento como aquilo que Deus estava derramando sobre o país de Gales.
Num folheto escrito em novembro de 1905, Barteman escreveu:
A correnteza do avivamento está passando pela nossa porta... O espírito de avivamento está chegando, dirigido pelo sopro de Deus, o Espírito Santo. As nuvens estão se juntando rapidamente, carregadas com uma poderosa chuva, cuja precipitação demorará apenas um pouco mais.
Heróis se levantarão da poeira da obscuridade e das circunstâncias desprezadas, cujos nomes serão escritos nas páginas eternas da fama Celestial. O Espírito está pairando novamente sobre a nossa terra, como no amanhecer da criação, e o decreto de Deus saía: "Haja luz"...
Mais uma vez o vento do avivamento está soprando ao redor do mundo. Quem está disposto a pagar o preço e responder ao chamado para que, em nosso tempo, nós possamos viver dias de visitação Divina?3
O pastor da Primeira Igreja Batista, Joseph Smale, visitou o avivamento em Gales, e reuniões de avivamento continuavam para alguns meses na sua igreja, até que ele foi demitido pela liderança. Bartleman escreveu e recebeu cartas de Evan Roberts, o líder do avivamento de Gales. Mas o avivamento começou com o pequeno grupo de oração dirigido por Seymour. Depois de visitar a reunião na Rua Bonnie Brae, Bartleman escreveu:
Havia um espírito geral de humildade manifesto na reunião. Eles estavam apaixandos por Deus. Evidentemente o Senhor tinha achado a pequena companhia, ao lado de fora como sempre, através de quem Ele poderia operar. Não havia uma missão no país onde isso poderia ser feito. Todas estavam nas mãos de homens. O Espírito não pôde operar. Outros mais pretensiosos tinham falhados. Aquilo que é estimado por homem foi passado mais uma vez e o Espírito nasceu novamente num "estábulo" humilde, por fora dos estabelecimentos eclesiásticos como sempre.3
Interesse nas reuniões na Rua Azusa aumentou depois do terrível terremoto do dia 18 de abril, que destruiu a cidade vizinha de San Francisco. Duras críticas das reuniões nos jornais da cidade também ajudavam a espalhar a noticia do avivamento.
Como no avivamento de Gales, as reuniões não foram dirigidas de acordo com uma programação, mas foram compostos de orações, testemunhos e cânticos espontâneos. No jornal da missão, também chamado "The Apostolic Faith", temos a seguinte descrição dos cultos:
"As reuniões foram transferidas para a Rua Azusa, e desde então as multidões estão vindo. As reuniões começam por volta das 10 horas da manhã, e mal conseguem terminar antes das 20 ou 22 horas, e às vezes vão até às 2 ou 3 horas da madrugada, porque muitos estão buscando e outros estão caídos no poder de Deus. As pessoas estão buscando no altar três vezes por dia, e fileiras e mais fileiras de cadeiras precisam ser esvaziadas e ocupadas com os que estão buscando. Não podemos dizer quantas pessoas têm sido salvas, e santificadas, e batizadas com o Espírito Santo, e curadas de todos os tipos de enfermidade. Muitos estão falando em novas línguas e alguns estão indo para campos missionários com o dom de línguas. Estamos buscando mais do poder de Deus."4
Frank Bartleman também escreveu sobre os cultos na Rua Azusa:
O irmão Seymour normalmente se sentou atrás de duas caixas de sapato vazias, uma em cima da outra. Ele acostumava manter sua cabeça dentro da caixa de cima durante a reunião, em oração. Não havia nenhum orgulho lá. Os cultos continuavam quase sem parar. Almas sedentas poderiam ser encontradas debaixo do poder quase qualquer hora, da noite ou do dia. O lugar nunca estava fechado nem vazio. As pessoas vieram para conhecer Deus. Ele sempre estava lá. Conseqüentemente, foi uma reunião contínua. A reunião não dependeu do líder humano. Naquele velho prédio, com suas vigas baixas e chão de barro, Deus despedaçou homens e mulheres fortes, e os juntou novamente, para a Sua glória. Era um processo tremendo de revisão. O orgulho e a auto-asserção, o ego e a auto-estima, não podiam sobreviver lá. O ego religioso pregou seu próprio sermão funerário rapidamente.
Nenhum assunto ou sermão foi anunciado de antemão, e não houve nenhum pregador especial por tal hora. Ninguém soube o que poderia acontecer, o que Deus faria. Tudo foi espontâneo, ordenado pelo Espírito. Nós quisemos ouvir de Deus, através de qualquer um que Ele poderia usar para falar. Nós tivemos nenhum "respeito das pessoas." O rico e educado foi igual ao pobre e ignorante, e encontrou uma morte muito mais difícil para morrer. Nós reconhecemos somente a Deus. Todos foram iguais. Nenhuma carne poderia se gloriar na presença dEle. Ele não pôde usar o opiniático. Essas foram reuniões do Espírito Santo, conduzidas por Deus. Teve que começar num ambiente pobre, para manter o elemento egoísta, humano, ao lado de fora. Todos entraram juntos em humildade, aos pés dEle.3
Notícias sobre as reuniões na Rua Azusa começaram a se espalhar, e multidões vierem para poder experimentar aquilo que estava acontecendo. Além daqueles que vierem dos Estados Unidos e da Canadá, missionários em outros países ouvirem sobre o avivamento e visitavam a humilde missão. A mensagem, e a experiência, "Pentecostal" foi levada para as nações. Novas missões e igrejas Pentecostais foram estabelecidas, e algumas denominações Holiness se tornaram igrejas Pentecostais. Em apenas dois anos, o movimento foi estabelecido em 50 nações e em todas as cidades nos Estados Unidos com mais de três mil habitantes.5
A influência da missão da Rua Azusa começou a diminuir à medida que outras missões e igrejas abraçaram a mensagem e a experiência do batismo do Espírito Santo. Uma visita de Charles Parham à missão, em outubro de 1906, resultou em divisão e o estabelecimento de uma missão rival. Parham não se conformava com a integração racial do movimento, e criticou as manifestações que ele viu nas reuniões.
Em setembro de 1906 a Missão da Rua Azusa lançou o jornal "The Apostolic Faith", que foi muito usado para espalhar a mensagem Pentecostal, e continuou até maio de 1908, quando a mala direta do jornal foi indevidamente transferida para a cidade de Portland, assim efetivamente isolando a missão de seus mantenedores.
O avivamento da Rua Azusa durou apenas três anos, mas foi instrumental na criação do movimento Pentecostal, que é o maior segmento da igreja evangélica hoje. William H. Durham recebeu seu batismo no Espírito Santo em Azusa, formando missionários na sua igreja em Chicago, como E. N. Bell (fundador da Assembleia de Deus dos EUA), Daniel Burg (fundador da Assembleia de Deus no Brasil) e Luigi Francescon (fundador da Congregação Cristã no Brasil).6
 
 
Por Alexandre Luiz

Que Deus abençõe!


David Brainerd - "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado"


David BrainerdMuito Breve foi a vida de Davi Brainerd (20/04/1718 – 05/10/1747). Foi levado à glória celestial com apenas 29 anos, quando ainda era noivo de Jerusa Edwards (filha do homem de Deus, Jônatas Edwards, autor do sermão "Pecadores nas Mãos de um Deus Irado" e que foi muito usado por Deus no grande reavivamento espiritual norte-americano do Século XVIII).

Converteu-se aos 20 anos e logo consagrou-se completamente ao SENHOR. Tinha verdadeira obsessão de servir a Deus e implorava para que o Senhor Jesus Cristo usasse a sua vida completamente para a honra e glória do SENHOR.
Dedicava grande parte de seu dia à oração e freqüentemente jejuava buscando mais intensamente a presença de Deus e poder para servi-lO. Como tinha o costume de anotar os fatos e pensamentos mais importantes do dia em seu diário, muitas coisas de sua vida, orações e lutas foram conhecidas, após a sua morte, através de seu diário. Jônatas Edwards, pai de sua noiva, foi usado por Deus para escrever sua biografia.
Depois de completar seus estudos teológicos, Davi Brainerd sentiu-se chamado por Deus para pregar entre os índios pele-vermelhas. Assim ele anotou em seu diário: "Preguei o sermão de despedida ontem à noite, Hoje, pela manhã, orei em quase todos os lugares por onde andei, e depois me despedi dos meus amigos e iniciei a viagem para o habitat dos índios".

David BrainerdDavi Brainerd conseguiu entrar nas aldeias dos índios e começou um grande trabalho evangelístico. Relata em seu diário: "Continuo a sentir-me angustiado. À tarde preguei ao povo, mas fiquei desanimado acerca do trabalho... receio que seja impossível alcançar estas almas. Retirei-me e derramei minha alma pedindo misericórdia, mas sem sentir alívio. Completo 25 anos de idade hoje. Dói-me a alma ao pensar que vivi tão pouco para glória de Deus..."
Certo dia Brainerd percebeu que toda a aldeia se preparava para uma festa de danças e orgias para os seus deuses. Ele, então, passou todo aquele dia e toda a noite em oração e jejum. Na manhã seguinte, cheio de convicção, confrontou os índios para que não realizassem o ritual. Os índios foram tocados por Deus e, não somente abandonaram os preparativos, como ouviram durante todo o dia a pregação do missionário. Está registrado em seu diário: "Preguei à multidão sobre Isaías 53:10, ‘Todavia, o Senhor agradou moê-lo...’ Muitos, dentre uma multidão de 3 a 4 mil, ficaram comovidos a ponto de haver grande pranto..."
Com muitas dificuldades e passando por várias provações e privações, Davi Brainerd pregou a dezenas de tribos americanas, apesar de seu corpo franzino e de sua pouca saúde.
Perdeu-se muitas vezes nas florestas, onde passou todos os tipos de dificuldades, em pântanos, chuvas e temporais, intenso calor do verão e o terrível frio do inverno. Passou fome, dormiu ao relento e debilitou ainda mais seu corpo.

Sentiu que tinha uma decisão a fazer. Devido à sua saúde abalada e à tuberculose, Davi Brainerd sabia que tinha apenas mais um ou dois anos de vida. Restava-lhe casar com a noiva e aceitar um convite de uma igreja para ser pastor, ou voltar aos índios e gastar seus últimos anos como missionário. Assim confidenciou em seu diário este tempo de luta em oração: "Eis-me aqui, Senhor, envia-me a mim até os confins da terra; envia-me aos selvagens do ermo; envia-me para longe de tudo que se chama conforto da terra; envia-me mesmo para a morte, se for no teu serviço e para promover o teu reino..."
Assim Brainerd voltou aos índios, e continuou sua missão. Anos depois, retornou à casa de Jônatas Edwards, onde faleceu. Sua noiva, que tanto o amava, depois de sua morte começou a murchar como uma flor, vindo a morrer quatro meses depois.
Viveu apenas 29 anos, mas seu trabalho missionário é superior ao serviço e obras das pessoas que vivem 80 anos.

Sua biografia, escrita por Jônatas Edwards, tem influenciado muitos homens de Deus em suas decisões de consagração e de vocação missionária. Não há outra vida que Deus tenha usado tanto para despertamento espiritual como a dele. O próprio Jônatas Edwards recebeu grande influência, também João Wesley, A. J. Gordon, Willian Carey (que leu sua biografia e consagrou sua vida para ir à Índia), Roberto McCheyne (lendo seu diário, dedicou sua vida para evangelizar os judeus), Henrique Martyn (que, depois de ler sua biografia, entregou-se ao Senhor para servir intensamente como missionário na Índia e na Pérsia, por um pouco mais de seis anos, morrendo com 31 anos). Vidas preciosas, como diz Hebreus 11:38, "homens dos quais o mundo não era digno"!

Pr. Alexandre Luiz

domingo, 16 de maio de 2010

PROCURA-SE MISSIONÁRIOS



“Aquele, pois, que sabe que deve fazer o bem e não o faz, comete pecado” (Tg 4:17)
Geralmente são os missionários que, desejando serem fiéis ao chamado do Senhor, procuram suas igrejas e alguma agência missionária que possa ajudá-los a chegar até o “campo”. Nesse processo, não é raro ouvirem negativas, alertas sobre as dificuldades e relatórios sobre a situação financeira “delicada” das igrejas. Alguns persistem, outros esperam. Mas há os que desistem e também os que se desesperam. Existem centenas de casos de pessoas que, por não receberem apoio e as condições mínimas de envio, jamais levam adiante seu chamado.
O pastor e missionário David Botelho conhece bem essa situação. Depois de mais uma década ajudando a enviar missionários transculturais através da Horizontes América Latina, decidiu inverter os papéis. Ele decidiu procurar os missionários. A grande quantidade de pessoas frustradas que estavam sentadas nos bancos das igrejas e que o procuravam para relatar as dificuldades de cumprir o “ide” o levaram a dar início a um projeto revolucionário chamado “Operação Nômade”.
Ele afirma que muitos homens e mulheres de Deus acabam não usando todo o seu potencial para servir ao Senhor justamente por causa da falta de incentivo e apoio da igreja e/ou de sua liderança. Refletindo sobre a exortação de Jesus para que cada cristão coloque a mão “no arado” e não olhe para trás (cf. Lc 9:62), está lançando um desafio que poderá mudar a vida de milhares de pessoas que ainda não conhecem o Evangelho de Jesus Cristo.
David acredita que existe um grande potencial ainda não explorado na igreja brasileira: o envio de missionários para partes do mundo onde o nome de Jesus não é conhecido. Para defender seu ponto de vista, ele aponta para a proporção de missionários em relação aos números oficiais de evangélicos no Brasil. Uma conta rápida indicaria que existem cerca de 90.000 evangélicos para cada missionário transcultural em atividade hoje. Se cada crente do país desse apenas um real por mês para o sustento de missionários, haveria um movimento jamais visto na história.
Com isso em mente, decidiu levar adiante uma idéia simples e desafiadora: cadastrar todas as pessoas que gostariam de trabalhar como missionários, mas não tem apoio nem sustento das igrejas onde congregam. Em uma fase posterior, pretende reunir todos esses candidatos para receberem treinamento e identificar onde podem servir com suas aptidões profissionais e dons espirituais. O último passo é colocar de maneira efetiva esses candidatos nas regiões que precisam ser alcançadas pelo Evangelho.
O maior incentivo para a realização do projeto é o crescimento dos evangélicos no continente. A Igreja latino-americana é a que mais cresce no mundo, com destaque para o Brasil. Estima-se que no país ocorrem 6.500 decisões diárias por Cristo e quase 2.000.000 anualmente. Há mais de 180.000 igrejas no Brasil e o dobro disso na América Latina.
Contudo, o crescimento no número de pessoas que professam Jesus como Senhor não atinge a obra missionária na mesma proporção. Os latinos em geral têm uma exposição diária ao Evangelho, enquanto milhões não têm a chance de ouvir o evangelho uma vez sequer no transcorrer de sua vida. Parafraseando o pastor e ativista Martin Luther King Jr., um dos lemas do Projeto Nômade é “Porque não podemos esperar”. Para ressaltar a situação atual, toda a logística dessa nova empreitada missionária está baseada em estatísticas surpreendentes:
· Dos 24.000 povos no mundo, 8.000 ainda não foram alcançados com o Evangelho.

· Dos 251 povos indígenas brasileiros, 103 ainda não têm missionários.

· Das 7.158 línguas do mundo, a Bíblia ainda não foi traduzida para 4.215 delas.

· Ainda existem países que não possuem nenhum crente nacional conhecido. Entre eles estão Arábia Saudita, Saara Ocidental, Ilhas Maldivas e Catar.

· Das 600.000 cidades e vilas na Índia, em 500.000 ainda não tem obreiros cristãos.

· Na China ainda existem 500.000.000 de pessoas que nunca ouviram falar de Jesus.

· Acredita-se que morrem 85.000 diariamente no mundo sem nunca terem ouvido falar da salvação em Jesus.

· Dentre as 180.000 igrejas existentes no Brasil menos de 300 delas possuem um missionário trabalhando com esses povos não-alcançados (incluindo nossas tribos indígenas).

· Menos de 1 por cento dos recursos da Igreja brasileira são investidos na obra transcultural.

· A média de investimento do crente brasileiro em missões é de apenas R$ 1,30 por ano.

· Um quadro semelhante ocorre em toda a igreja latino-americana.
Estas informações são conhecidas da maioria dos líderes denominacionais brasileiros, mas é algo pouco divulgado entre os crentes. Sendo assim, o projeto visa levantar não apenas candidatos, mas também igrejas e pessoas que estejam dispostos a interceder por missões e investir naqueles que pretendem ir. Existem inscritos de vários países da América Latina e outras nações e o objetivo é reunir todos os interessados, independentemente da localização geográfica.
“Se você está comprometido com a causa missionária entre os não-alcançados e está disposto a viver num projeto como este, trabalhando em equipe e ajudando no levantamento de recursos, junte-se a nós. Se você tem algum sustento da igreja ou de amigos, mesmo que seja uma pequena parte ou mesmo se não possui nada e sua igreja não esteja disposta a investir essa pode ser a sua oportunidade. Estamos dispostos a ajudá-lo a receber treinamento e chegar até o campo”, enfatiza David Botelho.
Mas ele também deixa claro que o tipo de preparação proposta não é fácil. Todos os inscritos devem estar dispostos a viver uma vida simples como um nômade, como sugere o nome do projeto. O objetivo é testar a resistência e a disposição, pois no período de treinamento todos irão morar em tendas numa fazenda, vivendo como soldados, experimentando comidas diferentes, aprendendo os costumes das pessoas que desejam alcançar.
Como a questão financeira sempre é uma “pedra de tropeço” em missões, a proposta é a criação de um fundo comum, onde as necessidades são decididas em equipe e as prioridades são a alimentação e o treinamento missionário. Algumas organizações cristãs internacionais já manifestaram interesse em colaborar com a execução do projeto, mas a igreja brasileira deveria estar envolvida como um todo. Assim, o apelo também é estendido aos pastores de igrejas que não possuem nenhum envolvimento real com missões para que se unam aos missionários voluntários em oração e ofertas. Citando novamente Martin Luther King Jr., o mentor do projeto enfatiza: “Esperar que Deus faça tudo enquanto nós não fazemos nada isto não é fé, é superstição.”
Os interessados devem fazer um cadastramento prévio. Baste enviar seus dados – nome e endereço completos, data de nascimento, escolaridade, profissão, nome da igreja, além de telefone ou e-mail de contato. Para se envolver no Projeto, o candidato deve ser batizado, ter no mínimo um ano de conversão e estar ligado a alguma igreja evangélica. Por questões de logística, inicialmente só serão aceitos pessoas maiores de idade, solteiros e casais sem filhos, que desfrutem de boa saúde e possuam o ensino fundamental completo (2o grau).
Todas as informações sobre o projeto podem ser encontradas no site da Missões Horizontes:
 http://www.mhorizontes.org.br ou pelo telefone (35) 3438-1546

O contato pode ser feito ainda por e-mail:
ou pelo correio:
 (Projeto Nômade, Caixa Postal 420 – Monte Verde – Camanducaia – MG - Cep.37653-000).